‘’Às vezes não enxergamos o melhor em nós e muitas das vezes
nos julgamos indignos de qualquer amor. Muitas das vezes nos diminuímos para
vermos outras pessoas sendo felizes. ‘’
Eu li isso em algum lugar, não lembro exatamente onde, e
isso me fez pensar muito. Quantas vezes me julguei como chata, egoísta,
estúpida, indigna de qualquer afeto? Quantas vezes coloquei pessoas em um altar
e me diminui? Inúmeras vezes. E a troco de quê? Ouvir que sou egoísta? No final
das contas foi isso que eu recebi por sempre me diminuir?
Com isso tudo eu descobri que não sou nada daquilo que
achava que eu era, e descobri também que não sou egoísta. Lembrei-me de todas às
vezes que abri mão do que eu queria pela felicidade da outra pessoa. Lembrei-me
de coisas bobas, como por exemplo: Deixar de ir a um lugar que eu tanto queria
para ir a outro com um amigo. Deixar de comer aquele chocolate tão desejado
para outra pessoa comer.
Mas lembrei-me também quando decidi abandonar um amor para
vê-lo feliz. Quando me afastei de alguém por querer vê-lo bem e eu sabia que
não o fazia. Lembrei-me de quando não
fui fazer aquelas fotos para aquela marcar famosa por querer ficar uma última
vez com o meu avô. Lembrei-me de quando deixei de ir a uma balada para ficar em
casa com uma amiga que sofria por um cara.
Nisso tudo descobri que não enxergava o melhor em mim e o
que fazia de bom para as pessoas. E sozinha no escuro do meu quarto - chorando
compulsivamente, tentando não fazer barulho para não acordar a minha mãe e não deixá-la
preocupada -, eu vi que eu era boa amiga. Vi que eu sabia ser divertida, gentil,
amável, simpática e às vezes até sabia fazer algumas piadas. Vi que minha
ironia não era má, mas era apenas uma proteção. Eu descobri o meu melhor lado. O lado que por
anos eu ignorava, escondia, mentia. Isso me fez bem, me fez mais forte. Acho
que havia enxergado a luz no fim do túnel afinal.
Percebi então que não precisava de ninguém para ser feliz,
não precisava de ninguém para me dizer que eu era boa. Eu era capaz disso. Eu
era capaz de me fazer feliz, de me ver como uma pessoa boa. É aquela famosa
frase: ‘’Quem não sabe ser um bom ímpar, jamais será um bom par.’’E essa frase nunca se encaixou tão bem no momento. Eu queria ser um bom ímpar,
ou melhor: eu sou um bom ímpar! Eu posso sim ser feliz, livre, leve, simples e
solta. E isso só depende de mim, mais ninguém.
Hoje eu vejo que se alguém entrar na minha vida entrará para
somar, não para completar. Pois eu já sou completa. Eu não preciso de ninguém
que não queira estar ao meu lado, eu só preciso de boas companhias. Eu só
preciso de mim.